quinta-feira, setembro 24, 2009

Há males que vêm para o bem.

Hoje, 24 de Setembro, fui a aula, como é de meu feitio em todas as quintas-feiras.
Pra variar cheguei no segundo tempo,como é de meu feitio em todas as quintas-feiras, acontece que para o meu desprazer, os dois primeiros tempos são de matemática.
Ao chegar na escola me sentia mucho bien, nada me incomodava.
Não sei se por odiar matemática ou por odiar a escola, costumo sentir dores de cabeça freqüentes (eu amo tremas, foda-se) de segunda a sexta.
Mas dessa vez não foi como o habitual...
Abrirei um pequeno parêntese pra contar um pouco sobre minha professora de matemática:
Levemente rechonchuda, Valéria tem, com certeza, mais que 50 anos, faz uns 3 anos que o boato dela ser lésbica pairou sobre o colégio Voltaire e levantou várias outras fofocas sobre a mesma.
Valéria, também conhecida como Cherifa, trata-nos como meros estudantes do jardim de infância.
Sabe-se pouco sobre sua vida pessoal, ela já deu aula pra alguns pais de alunos, professores da escola e até, arrisco dizer, diretores.
De cabelos loiros-esbranquiçados, Valéria não é lá muito simpática, se passa algum exercício raramente esquece de conferir quem fez e quem não fez ( exatamente como a sua professora Jusciléia da 3ª série fazia, lembra?).
Na aula de Valéria não é permitido levantar pra jogar seu papel de bala no lixo. Banheiro e água são, certamente, inaceitáveis! Segunda ela, "O ser humano consegue viver 3 dias sem água" um dia vou esconder aquele garrafão de água dela pra ver quanto dura os 3 dias que ela diz aguentar viver sem água.
Durante a explicação da matéria, você que é aluno, não pode se comunicar com outro nem por linguagem dos sinais (típica dos alunos), porque segundo a mesma a atrapalha !
Dormir? é bom mesmo que você não tenha nenhum problema de coração. Valéria faz questão de te acordar com um grito sutil.
O melhor mesmo na aula de Valéria é ficar em posição de mumificação e não abrir a boca nem para bocejar.
Fim de parêntese.
Como eu estava dizendo.. senti uma dor de cabeça descomunal.
Devo recordar que aula era... sim, matemática, com aquela mesma que você acabou de conhecer...
Lembrei que Stéphanie ontem estava desfilando pela sala com uma cartela de dipirona ( meu velho amigo), mas como fazer pra falar com Stéphanie?

Primeira tentativa - fracassada
levantei os braços, tal como quem acabou de ganhar um campeonato de futebol, sim, bem primata.
Para a minha surpresa todos os alunos da sala me olharam com ar de desprezo, exceto Stephanie que continuou autistando..

Segunda tentativa - novamente fracassada
Chamei Stéphanie por seu nome, alto mesmo, resolvi esquecer em que aula eu me encontrava e tentei aquela famosa linguagem dos sinais.
Não vou abrir um novo parêntese para contar a história de Stéphanie mas, como a maioria das pessoas sabe, Stéphanie não é muito boa em entender essas linguagens de sinal, mas ela geralmente faz que sim e você fica achando que transmitiu a mensagem.
Senti um alívio, pensando que Stéphanie tinha entendido o que eu queria dizer que era: Tem remédio pra dor de cabeça?
Já tinha aberto um sorriso de orelha a orelha quando ela olhou pra mim e falou : Você mudou o shampoo do cabelo?
...
Ok, Stéphanie, não entender o que eu quis dizer é, no mínimo, aceitável já que estávamos a pelo menos 5 metros de distância, mas confundir com isso é o fim!
Na mesma hora a agradável Valéria olha pra nós com cara de cu mal lavado.
Voltei a sofrer com as dores de cabeça..
Eu já estava a ponto de interromper a aula e dizer que estava morrendo, mas resolvi esperar o intervalo entre a correção de um exercício e outro.

Terceira tentativa - quase bem sucedida
Chamei uma pessoa com o ouvido mais aguçado e pedi que esta chama-se Stéphanie.
Quando Stéphanie me olhou resolvi mudar minha frase para: Tem dipirona??
Dessa vez ela entendeu e ficou 2 horas repetindo : Dipirona? Dipirona? pra cabeça? Dipirona? Dipirona?
Eu balançava a cabeça quase que como se estivesse possuída.
Ela pegou o remédio e mostrou na sua mão.
Como eu iria pegar aquele remédio?

Eu já estava cabisbaixa quando ela me cutucou e disse : tá aqui.
eu só ouvi aquele coro no meu ouvido : OOOOOOOOOOH! - típico de desenhos animados.
Na mesma hora a Sra. Cherifa se manifestou: Stéphanie!
Stéphanie só disse: Eu só fui entregar o remédio pra Marina...
Sra. Cherifa: Que você foi entregar o remédio pra Marina eu vi, mas não entendi o motivo de você estar desfilando aqui na frente.
...
Na minha cabeça se passaram todos os palavrões que eu aprendi nesses 15 anos de vida.
Vi a cara de emputecimento de Stéphanie, respirei fundo e segurei o remédio com força pensando agora em como eu iria fazer para tomá-lo.
Se eu pedisse pra pegar água era capaz de Valéria me mostrar a estatística ( que ela leu na Veja) de quanto tempo o ser humano consegue viver com dor de cabeça...
Então resolvi esperar até o intervalo entre a aula de matemática e a de história.
Tomei e voltei.
Quando voltei alguém me disse: E aí estudou?
falei: Eu deveria ter estudado?
a pessoa riu e continuou: cara, vai ter prova de história agora.
Sensacional! crises de dor de cabeça seguidas de uma prova de história!
fiz cara de desperate housewives e a pessoa me acalmou dizendo: Relaxa, você é boa em história, vai se dar bem, além disso a matéria é fácil, é só " A mineração no Brasil colonial" .
eu realmente não tinha ideia do que era aquilo, falei: Cara, não é esse o problema, é que tô com uma dor de cabeça infernal.
A pessoa me perguntou se eu já tinha tomado remédio e depois me deu a ideia de pedir pra fazer segunda chamada.
Seria perfeito, há males que vêm para o bem.
Ligaram para minha mãe, ela veio me buscar a tempo de eu já ter feito 5 provas... enfim, fui na escola hoje pra assistir 50 minutos com Valéria gritando na minha cabeça sobre alguma coisa de funções, nem lembro, estou com dor de cabeça demais pra lembrar.

6 comentários:

Unknown disse...

Post muito grande, procure fazer menores, porque eu prometi que tentaria ler, mas você tbm não colabora né..!"/

Anônimo disse...

Aqui é Lucas Barros

Perfeito! Só fiquei triste porque eu era a pessoa que falou que tinha prova, que deu a ideia da segunda chamada e você me chamou de "alguém". Estou me sentindo importantíssimo!
Beijos! =)

Anônimo disse...

Hum.. achei o seu blog por aí e resolvi dar uma olhadinha, gamei no post! :D
beeijos

Carol Sillos.

Unknown disse...

Idiota!!!
eu não perguntei se vc tinha mudado o shampoo, perguntei algo sobre seu cabelo pois na hora em que vc me perguntou do dipirona vc mexeu no cabelo.Entam tive que deduzir isso.E "é claro" que é muito facil olhar p/o outro lado da sala com a Cherifa me vigiando!!!Ela tem implicancia cmg,vc sabe!
Entam está ai minha defesa mais do que bem explicada!! Não sou lerda!!O problema é que tenho que ter muito cuidado com a Charifa,prq se não eu vou p/fora de sala!!!
bjs =*

Anônimo disse...

Também achei o seu blog e vim..
Ri muito com o seu Post. Rsrs!


Beijos
Fernanda Caffarate.

Anônimo disse...

Marina...Marina... e se alguém vê isso tipo... Valéria??? haushaushas
Ficou muito bom esse texto!! E as características de Valéria... Não vou nem comentar!!
rsrs
e realmente Teté não sabe linguagem de sinal já passei por momentos estressantes tentando fazer com que ela entendesse o que eu estava querendo transmitir!!
beijos!

by: Brenda