quinta-feira, novembro 27, 2014

perco/procrastino, logo existo

E quantas horas do dia contigo eu perco?
E se me permito perder
Será que você me ganha?
Perco meu tempo pensando se sim
Passo o tempo dizendo que não
Paro no tempo
Dou um tempo
Me sento

Perdi mais um dia
Amanhã eu tento.

Quando a mudança não passa de desejo

Quando mudo de brinco
Acho que mudo de frase
Acho que mudo de vida
quando penso que abandono a crase

Sempre que corto o cabelo
Parece que mudo de tom
Parece que vou pra outra nota
Parece que o céu vira chão

Se eu mudo agora de
linha
Se agora eu escolho outra rota
parece que tudo se alinha
Mas dentro tudo se entorta

domingo, novembro 16, 2014

A espera de um contato

Entre todos os lugares que eu deveria estar
E todos os lugares que eu gostaria de estar
Resta esse infinito não estou
E entre todos os abraços que eu tenho pra te dar
E os beijos que ainda vou dar
Resta esse eterno não te tenho

Abraço calado/contido

Esse medo que tens hoje
Já foi meu no passado próximo
Surge com muito barulho
E não cala em qualquer abraço dócio

Essa coragem que tens hoje
Acho que também já foi minha
Ou pelo menos eu achava que fosse
Antes de me ver aqui sozinha

quinta-feira, novembro 13, 2014

Entre ser e estar

Entre leões e leoninos
Um monte de pelos 
e apelos
Soltos e presos no ar

Se sou assim tão felina
Ou até mesmo um tanto canina
Sou assim tão animal

E sem medo de seguir o tal instinto
Encho em mim um copo de tinto
E um pouco de tinta 
pra variar

Se eu vivo em meio a selva
Espero sentir o gosto da relva
E pintar em mim a alegria de estar



sábado, novembro 01, 2014

Yo no creo en brujas pero que las hay las hay

Lua crescente, gatos pretos e feitiços
protagonizavam impávidos os sacrifícios
de uma noite estrelada
Iluminados pelo signo do cachorro
fomos intimados a uivar em companhia da lua
Já quase roucos e loucos
brindamos a todas as bruxas, gatos pretos e feitiços
que em tempos de lua crescente
eternizaram seus uivos no ar.