terça-feira, julho 02, 2013

Bora?

Bora - Ela sempre dizia.
E nunca ia.
Eu já a convidava quase sem esperanças de que um dia ela realmente fosse
Tomar aquele suco tão prometido ou ver aquele filme que já até saiu do cartaz.
Mas eu a amava em silêncio. Todos os dias.
Religiosamente, pela manhã ao tomar meu café eu imaginava se estaria ela a tomar também e no que estaria pensando quando destraída estornasse um pouco de açucar fora da xícara.
Olhando pro açucar que derrubei, era o que eu era, aquele açucar despresado no canto do píres a imaginar se ela um dia ia olhar pra mim.
Eu poderia a amar mais do que qualquer um nesse mundo sem ser clichê.
Mas o meu ombro ela só quer pra desabafar as desilusões de outros enredos.
Bora - eu digo
Ela faz que sim com a cabeça quase sempre. Ás vezes ri, às vezes chora.
Mas ir, "nunquinha" - como ela mesma diz.
Eu continuo esperando.
Às vezes rio, às vezes eu choro. Mas desistir? nunquinha, meu bem, nunquinha.

Boa viagem, meu caro

Use tudo que puder
Guarde tudo que quiser
Traga tudo que couber
No bolso ou no peito

Mas não se perca no caminho
Em cada avenida encontre uma alma perdida
Que te queira ser amiga

Não volte, portanto, vazio
Traga em si muito mais que fumaça no peito
Traga na mente a lembrança
E o valor das coisas como criança

São muitas milhas pra poucas linhas
E muitas idas pra poucas vindas
E desse viagem, eu espero que um dia você possa voltar

E um dia possamos comemorar
Outras idas e vindas pra qualquer outro lugar