terça-feira, novembro 08, 2016

penso muito sobre fim
ainda estou me curando
de um dia ruim
Não sei se hoje eu me curo
ando pensando que sim
se não por um bom final
por um tiro de festim

domingo, outubro 23, 2016

Muso de minha mais profunda composição
das palavras, dos sentidos mais ocultos
Dos vultos, dos versos avulsos
Das tonturas e dos dizeres
que eu não digo
Quero morar contigo

terça-feira, outubro 18, 2016

quando o vi no palco
sorri
não era pra mim a música
eu vi
essa poesia sim
cada palavrinha
cada linha
é minha
porque a arte é pra si

lembro de pensar que era fim
fim mesmo foi o fim do dia
daquele dia que durou vários dias
mas findou
e esse foi o fim da história
Dez anos e marte estará totalmente populada
as almas vazias que hoje habitam a terra
em pouco tempo colonizarão outro planeta
e sugarão novas tetas
que o antigo verde e o antigo azul que outrora vivos
da terra mãe que vos alimentara todo esse tempo
em menos tempo quedará arrasada
Restará o que restar aos abutres
e aos pobres, a quem sempre destinaram os restos

domingo, setembro 18, 2016

sobre história

A historia conta a história de quem fez
conta o tempo, conta as horas, conta o mês
Nesse tempo vou contando de uma vez
quem escreve conta um conto e aumenta três

A história conta o fato do seu lado
mas o lado do outro lado tem mais lados
nesse fato outros fatos são guardados
E entre o fato outros fatos não contados

A história é verdade e mentira
é a pira e a mira de quem atira
Com a sorte talvez eu seja contado
por alguém que esteja vivo e do meu lado

terça-feira, agosto 30, 2016

meu pé de pitanga lírica

vai ver eu devia falar sobre pitangas
e sobre as transas que chorei dentro do armário
vai ver era isso que faltava
roupa demais
roupa é o de menos
e aquelas frutinhas apodrecendo no telhado
falavam pés
e as mãos nem se falam
brotam bocas
pra roubar
qualquer bocado

pranto pra ele

canto
tento tanto
te encantar

mas não sou santo
nem falo esperanto

e juro
esse pranto
é o meu cantar

sábado, julho 30, 2016

Paquetá

Lua e sol
Luaus e sarais
Nessa ilha me curo
Sempre que piso no cais
Quando me sinto perdida
Sei que é hora de voltar
em busca da inspiração que brisa
a ilha de Paquetá.

quinta-feira, julho 28, 2016

Bom dia

Que sorte o dia tem
de acordar sendo bom
sorte nossa, digo
De nesse dia
acordarmos sã e são
juntos, mãos dadas
Que sorte eu tenho então
de nesse dia tão nosso
acordar no seu coração
Preciso escrever
E a necessidade é tal qual todas as outras
Palavras moram em mim
Dormem no meu estômago
E quando acordam
precisam sair

Preciso digerir
Mas o que?
Ontem quase não comi
A hora passou
Eu nem te vi
Mas sei que você estava
Como sempre está

E eu aqui
Tentando digerir as palavras
que ainda não engoli

domingo, junho 26, 2016

esse amor faz todo sentido
sentindo
esse amor faz todo sentido
sentindo
esse amor faz todo sentido
sem ti dói

domingo, junho 05, 2016

quero te chamar de amor

Eu não sei como dizer
chamo o seu nome
e não encaixa na minha boca
o c mudo no meio
faz-me travar a garganta
tento te dizer: lindo
mas não adianta
o amor fica na lingua
pendurado pela ponta
das incertezas, amor
e das certezas
juro que quero estar enganada
com você

quinta-feira, junho 02, 2016

De todas as cores

A gente se encontrou num desses sinais verdes
E de repente tudo ficou azul
o céu, a sua camisa e até aquela poesia
que eu dei o nome de azul
Mas poderia ter sido chamada de verde.
Aliás, de todas as cores
Inclusive o vermelho
do sinal vermelho, do sangue
e das cores que eu vejo quando te beijo.
Você, hábito meu
Não quero nada além de ser seu dia-a-dia
Encaixar você na minha poesia
Te esperar
e sentir prazer nas horas
mesmo quando você vai embora.
Mas vê se não demora
que amanhã já é dia seguinte.

quinta-feira, maio 12, 2016

Em tempos de golpe
Um sentimento nada vão
Parece revolucionário
quando o amor faz revolução
Toca a música dessa trilha
E na esquerda, o coração
Bate forte, acelerado
com Lua em escorpião

quinta-feira, maio 05, 2016

Tem mais de mil olhos me olhando
Tenho mais de mil olhares fugindo
Um total de milhares
de vontades entre cílios
Bem me quer
Mal me quer
A flor despetalada
chora a sorte do amor alheio

segunda-feira, maio 02, 2016

o sol é para os que cagam

Na mesa do escritório
um frio do caralho
ar ligado ainda por cima
Não tem janela
Desenhei o céu
numa folha pautada
No intervalo do xixi
janela pequena no banheiro
dois ou três raios brilham rápido
esse cabelo

quinta-feira, abril 28, 2016

Da Rocha

No alto da montanha
Eu sinto um medo sem fim
A altura me da uma certa vertigem

Mas o calor da rocha
eu carrego no sobrenome
E sobre ela eu repouso
em paz infinita

A gravidade me mantém no chão
Mesmo que olhando ao redor
eu me sinta em pleno ar.

terça-feira, março 29, 2016

Pois suma!
E sumam contigo todas as minhas faltas
e fujam comigo as minhas vontades
Desapareça!
E vê se leva esse nervoso......
essa inquietude!
essa dança parada...
um pedaço de nada!
essa vontade controlada
leva embora e não aparece nem em sonho
pra dizer qualquer enredo
que eu pretendo te sumir
que é pra nem lembrar que é bom

sábado, março 26, 2016

Por todos os lados, a fumaça
Seria do meu cigarro essa incômoda nuvem?
Só sei que com tanta fumaça já não vejo um palmo.
E qualquer lugar pode estar pegando fogo.
Me preocupo.
Mas logo lembro do cigarro aceso outra vez.
Já o terceiro.

sexta-feira, março 18, 2016

Acho que é mais ou menos assim
a vontade bate quarta ou quinta-feira
Mas aí sei lá
já tá muito em cima
E a sua agenda já deve estar cheia

sexta-feira, março 11, 2016

colores

tem algum tempo que o céu não é
azul
Hoje parecia laranja
outro dia
lilás
já nem lembro se terça ou quarta
tinha quatro cores ou mais
uma infinidade de cor
mas as vezes falta coragem

ainda sobre o tempo

quando falta assunto
eu falo do tempo
passado, futuro e essa puta falta de vento
tá calor faz tempo
as vezes me pego chovendo
pinga pra regar o que tem dentro
falta assunto, não entendo.

quarta-feira, março 09, 2016

aries e leão

ela ariana
ele leonino
o fogo no fogo
e a explosão sem sentido

ele saiu sentido
ela explodida
ela saiu na frente
ele saiu por cima
E ela andava tão confiante de si mesma
que parecia nunca estar sozinha
olhares cruzados
relógios atrasados
desejos atravessados

segunda-feira, março 07, 2016

Eu só sei falar de amor

No alto do meu romantismo
contam mais de um metro e setenta de amor e dor
Rima pra lá de piegas
dela morre de medo o poeta
assombrado por tamanho amordor

fuga clássica, antiga
mas quem nunca rimou na vida?
Não sabe que pra fazer rima
Não basta ar, er ou or

sábado, março 05, 2016

Sucesso lá

De tarde me desejaram sucesso
Palavra mágica que me fez andar aqueles tantos quilomêtros
Vestindo um sorriso amarrado na orelha

O tanto que eu andava
e o sucesso nunca chegava
mas o desejo me permeava 

De repente eu senti que aquilo que eu guardava no estômago
Pedia pra voar além
E tão logo quando percebi já estávamos no alto

E no alto daquele sobrado
Deixei meus vícios de lado
Só pra acompanhar a sobriedade daquele desejo

Depois eu entendi que o sucesso
Era todo aquele nervoso
Eram aquelas palavras presas e soltas no pescoço
Era aquele beijo alcoolizado
E aquele bom dia ressaqueado

Sucesso foi voar a noite inteira
Sem sequer tirar os pés do chão

sábado, fevereiro 13, 2016

que graça teria essa caminhada infinita
se não fossem as pedras no caminho a chutar ?

segunda-feira, janeiro 25, 2016

A flor caleidoscópica
Passou carregando o vento
voou revirando os olhos
roubou espaço do tempo

quinta-feira, janeiro 07, 2016

Alma Crua

Tudo me é lícito
Mas nem tudo me é permitido
Eu até estou em lugar melhor do que muita gente
Mas eu nunca conheci tanta gente no meu lugar
Somente esses meus eus
Nus e sem carne alguma
Apenas uma alma crua
Que segue em busca do amor
Que mesmo sem saber explicar o que é
compartilha com seus pares
de que é o melhor sentimento que existe
E que sem ele não há nada.
E em busca do amor,
sigo trilhando essa vida
um tanto esquisita
Entre a ultima tatuagem
e aquela cicatriz na asa direita da alma
Na flor da vida
Mas ainda dói aquela ferida
E o medo de cair novamente
é inerente a cada partida
Pobre menina
De paraquedas caiu na escada
Fraturou a mandíbula
Mas está bem, está bem
Que susto, menina!
Vida que segue, amanhã tem marmita
E esse mundo cada vez mais justo
Qualquer mesa de jantar vira tribunal
Onde quem ganha é quem tem o martelo final
Eu, por gostar de mostrar a cara
E não ter medo de outras caras
Ando sempre desa-r-mada
Apenas uma alma crua
Em busca do próprio amor