segunda-feira, agosto 12, 2013

Fugindo da própria sombra

Eu queria ser você há um tempo atrás
Tentava de todas as formas
Vivia a minha vida tentando me modelar
fingia ser aquilo que eu não era
Decorava gostos e jeitos
Até que um dia eu me tornei você
E ao olhar pra trás os rastros que eu deixei pareciam estragos no chão
Então tudo que eu tinha como parâmetro se desmoronou
De repente eu me dei conta do monstro que eu estava criando
Era hora de voltar a ser eu mesmo
E se eu fosse o primeiro a voltar pra mudar o que eu fiz
Quem então agora eu seria?
Eu nem mesmo consigo me lembrar quem eu era antes disso tudo começar
Se você nunca tivesse entrado na minha vida o que eu estaria fazendo dela agora?
Ah, tanto faz que o que não foi não é
Eu sei que ainda vou voltar
Mas eu quem será?
Eu tô um pouco aqui também
E um pouco ali nos outros
Eu sou um pouco de todos que por mim passaram
E por onde eu passo deixo um pouco de mim
Se o que eu sou é também o que escolhir ser
Aceito a condição

quinta-feira, agosto 01, 2013

Eu quero mais tempo pra te amar

Você se tornou tão virtual que as vezes quando penso em você imagino uma foto sorridente
Mas você é tão mais que isso pra mim que mesmo que uma foto apenas fosse mais que uma foto apenas seria.
Estamos nos perdendo pra nós mesmos e pra tudo aquilo que ocupa as 24 horas do nosso tão efêmero dia.
Como deixamos isso acontecer?
Nos tornamos tão secundários em nossas próprias vidas, tão escravos dos nossos afazeres que já não temos tempo de sermos um.
Somos dois perfis num site qualquer na internet, dois telefones, duas pessoas interagindo da maneira mais distante possível.
Como se deveras fosse a nossa distância física.
E no meio de tanta comunicação interpessoal a gente já não se olha nos olhos.
A tecnologia tomou conta de nossas vida e de nossos sentidos.
Eu te ouço todos os dias sem te sentir.
Mas aqui fora, do outro lado do mundo cibernético algo pulsa dentro de mim quando tão escura e friamente nos comunicamos.
Eu te entendo, te leio, te amo e isso não é virtual.